Apesar de Deus manter comunhão com o homem no paraíso, isso não implicava na ausência da tentação e da escolha. No paraíso, encontrava-se a árvore do conhecimento do bem e do mal, da qual Deus instruiu Adão e Eva a não comerem. Essa instrução evidencia o livre arbítrio concedido por Deus ao homem, pois sem tal liberdade, a humanidade seria privada da capacidade de tomar decisões conscientes. Portanto, o homem possuía a liberdade de escolher entre o bem e o mal.
Deus estabeleceu limites para o homem, expressos em sua ordem para não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. No entanto, ele esperava que o homem obedecesse voluntariamente a essa ordem, refletindo assim um relacionamento de confiança e obediência.
É importante observar que, apesar da presença da árvore proibida, o paraíso não era um lugar de restrição total, mas sim um ambiente de liberdade guiada pela responsabilidade moral. A tentação representava uma escolha a ser feita pelo homem, revelando sua capacidade de discernir entre o que era certo e o que era errado.
A Tentação
Na narrativa do Gênesis, vemos a serpente utilizando artimanhas para seduzir Eva. Pode-se comparar isto com a orientação dada por João em sua carta, onde ele adverte contra o amor ao mundo e às coisas que estão nele (1 João 2:15-17). Essa comparação nos permite entender como as estratégias do inimigo para tentar o homem permanecem consistentes ao longo do tempo.
No relato de Gênesis 3:1-7, vemos a serpente questionando sutilmente a palavra de Deus e distorcendo a verdade para enganar Eva. Ele usa a tentação da árvore proibida, sugerindo que ela traria conhecimento e poder para Eva, induzindo-a a desobedecer a Deus.
Da mesma forma, João adverte os cristãos a não amarem o mundo nem as coisas que estão nele. Ele destaca a natureza passageira e ilusória das coisas deste mundo, que podem levar à perda da comunhão com Deus.
A Concupiscência (cobiça, desejo, forte vontade, paixão).
Concupiscência da carne – “era boa para se comer” (v.6) O primeiro ataque da serpente foi despertar apetite por aquela fruta, da qual a mulher não deveria comer (da árvore do conhecimento do bem e do mal), pois se assim fizesse, morreria (v.1-3). É importante salientar que com sua pergunta, a serpente colocou em dúvida a palavra de Deus. A primeira atitude do inimigo para desviar uma pessoa é despertar os apetites malignos da carne. Por exemplo a sensualidade, a satisfação dos desejos carnais, colocando em dúvida a palavra de Deus.
Concupiscência dos olhos – “agradável aos olhos” (v.6) Como a mulher deu ouvidos a serpente, esta partiu para o seu segundo ataque. Mostrou a mulher que a fruta era boa para se comer e produziria resultados muito agradáveis, agora já afirmando sutilmente que o que Deus disse não era verdade (v.4-5a). O inimigo seduz o homem pela aparência e aspecto externo das coisas, fazendo com que os olhos observem aquilo que lhe é agradável, levando-o a cobiçar e afirmando que o resultado será diferente daquele que Deus estabeleceu em sua palavra.
Soberba da vida “desejável para dar entendimento” (v.6) Vendo que a mulher já não estava mais segura do que Deus havia dito, a serpente mostrou as vantagens, diga-se de passagem, falsas, que aquela fruta lhe traria. Agora não apenas negando o que Deus havia dito, mas ainda acrescentando coisas justamente opostas a Palavra de Deus, como resultado (v. 5). Por fim, o inimigo instiga a vaidade do homem, para que se orgulhe e se vanglorie de suas posses, por ser superior afim de que o próprio homem seja seu deus e sua vaidade se manifeste.
Confiar na promessa de Deus para Vencer as tentações
Apesar da sutileza da serpente, Eva possuía a capacidade de resistir aos seus apelos. Da mesma forma, todo homem tem o potencial para vencer as tentações, pois Deus, em sua fidelidade, prometeu que não seremos tentados além do que podemos suportar (1 Coríntios 10:13).
As tentações podem se manifestar de diversas formas e tamanhos, variando de pessoa para pessoa. No entanto, independentemente da natureza da tentação ou das circunstâncias individuais, podemos confiar na promessa de Deus de que ele nos fornecerá um meio de escapar (livramento) e a força necessária para suportar a tentação.