Compreendendo o Propósito Eterno de Deus: Parte 5 – A Cruz

A Cruz aponta para Jesus Cristo e sua obra de redenção. Desde o momento de seu nascimento em Belém, como narrado em Mateus 2:1, até o seu sacrifício final no Calvário, conforme descrito em João 19:17-18, a vida terrena de Jesus foi uma batalha espiritual contínua.

Sua missão de restaurar a herança perdida do primeiro Adão o colocou em um confronto constante com seu inimigo, como evidenciado pelos relatos de sua tentação no deserto, registrados em Mateus 4:1-11, e sua agonia no Getsêmani, conforme descrito em Lucas 22:39-46.

Apesar de sua natureza divina, Jesus escolheu se tornar semelhante aos seres humanos e se humilhou voluntariamente. Sua obediência ao plano redentor do Pai o levou a seguir adiante, mesmo diante da perspectiva da morte na cruz. Nesse ato de amor e sacrifício, Jesus demonstrou sua completa entrega e submissão à vontade do Pai, tornando-se exemplo de humildade e obediência para toda a humanidade.

O poder do sacrifício de Jesus na Cruz

1. A Redenção

Na condição de escravos do pecado, os seres humanos necessitavam de um resgate, um comprador habilitado capaz de pagar o preço pela sua libertação. Jesus, ao entregar sua vida na cruz, realizou esse resgate. Ele, sendo imaculado e sem pecado, morreu injustamente, pagando o preço pelos nossos pecados, tornando-se o justo pelos injustos.

Ao ser crucificado, Jesus não apenas pagou o preço pelos nossos pecados, mas também derrotou o poder do pecado e da morte, como afirmado em Hebreus 2:14-15. Sua morte não foi imposta, mas foi parte do plano divino para a redenção da humanidade. Assim, Jesus garantiu a libertação da escravidão do pecado e da condenação da morte para todos os que creem nele.

Ao aceitar Jesus como nosso resgatador, não carregamos mais a culpa do pecado sobre nós. Através de Jesus Cristo alcançamos a justificação diante de Deus. Ele sofreu em nosso lugar, cumprindo a exigência da justiça divina. Ele suportou o castigo que merecíamos (Isaías 53:4-5, 1 Pedro 2:24), cumprindo assim o sacrifício vicário em favor da humanidade.

Ao se tornar pecado por nós, Jesus satisfez a justiça de Deus (2 Coríntios 5:21). Ele, que nunca conheceu pecado, assumiu a culpa dos nossos pecados para que pudéssemos ser reconciliados com Deus e restaurados à comunhão com ele. Esse sacrifício demonstra o amor incomparável de Deus por sua criação e oferece a todos a oportunidade de experimentar a vida eterna através da fé em Jesus Cristo.

2. A Expiação

No Antigo Testamento, a prática de oferecer sacrifícios de animais com derramamento de sangue, era uma forma de expiação pelos pecados individuais (Levítico 4:27-35). Esses sacrifícios tinham o propósito de cobrir o pecado, ocultando-o diante de Deus para evitar sua ira.

Contudo, o sacrifício supremo e definitivo veio através de Jesus Cristo, cujo sangue derramado na cruz trouxe redenção eterna à humanidade. Como ressalta Hebreus 9:22, sem derramamento de sangue não há remissão de pecados. Jesus, comparado a um cordeiro perfeito e imaculado, foi conduzido ao sacrifício, e por meio de seu precioso sangue, ele removeu o pecado do mundo.

Seu sacrifício foi expiatório, com o propósito de apagar o pecado de uma vez por todas, eliminando a necessidade contínua de sacrifícios animais para apaziguar a ira divina, conforme destacado em Hebreus 7:27. Além disso, Jesus também atuou como propiciatório pelos nossos pecados (Romanos 3:25, Hebreus 2:17). Isso significa que ele proporcionou a reconciliação entre o homem e Deus, impedindo que Deus visse nossos pecados e nos rejeitasse de sua presença.

Ao se oferecer como sacrifício, Jesus voluntariamente se tornou maldito, libertando-nos da maldição que pesava sobre a humanidade. Seu ato supremo de amor e sacrifício não apenas redimiu a humanidade, mas também restaurou a comunhão perdida entre Deus e o homem, oferecendo-nos a esperança de vida eterna através da fé nele.

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