Livro de 2 Crônicas: Resumo e Esboço

O livro de 2 Crônicas inicia com uma detalhada narrativa do reinado de Salomão, filho de Davi, destacando não apenas sua sabedoria, mas também a grandiosidade de seu governo, caracterizado por prosperidade econômica, expansão territorial e construções monumentais como o Templo de Jerusalém.

Entretanto, a estabilidade do reino de Israel sob a dinastia de Davi foi abalada pela rebelião das tribos do Norte, lideradas por Jeroboão, que resultou na divisão do reino, formando o Reino de Israel, ao norte, e o Reino de Judá, ao sul. A partir desse ponto, o relato se concentra principalmente nos reis de Judá, traçando suas trajetórias políticas, religiosas e militares até o evento da queda e destruição de Jerusalém em 587 a.C. pelas mãos dos babilônios, marcando o fim do Reino de Judá.

Após a devastação, o povo judeu enfrentou o exílio na Babilônia, um período de provação e desafios. No entanto, mesmo em meio às dificuldades, a esperança não foi perdida. Um momento importante é registrado na narrativa com o decreto de Ciro, rei da Pérsia, que não apenas autorizou, mas incentivou o retorno dos judeus exilados a Jerusalém, permitindo-lhes reconstruir o Templo.

Conteúdo de 2 Crônicas

O Segundo Livro das Crônicas oferece uma visão detalhada da história de Israel, especialmente durante os reinados dos reis de Judá.

Este livro é uma obra dividida em duas partes distintas, complementadas por um apêndice conclusivo. A primeira parte, abrangendo os capítulos 1 a 9, dedica-se exclusivamente ao reinado de Salomão, filho de Davi. Nessa seção, o autor mergulha nas conquistas, realizações e desafios enfrentados por Salomão, culminando na narrativa de sua morte e legado.

A segunda parte, que se estende do capítulo 10 ao 36, oferece uma análise abrangente da história do reino de Judá. Começando com Roboão, filho de Salomão, e seguindo através dos reinados subsequentes até chegar à devastadora queda de Jerusalém e à subsequente deportação para a Babilônia. Este trecho não apenas traça os eventos políticos e religiosos que moldaram o destino de Judá, mas também destaca as consequências espirituais e morais das escolhas feitas por seus governantes e povo.

A conclusão do livro, nos versículos 36.22-23, é notável por sua referência a Ciro, o rei persa, e seu decreto autorizando o retorno dos judeus exilados à sua terra natal. Esses versículos finais estabelecem uma ponte entre o fim do Livro de 2 Crônicas e o início do livro de Esdras, ilustrando a continuidade histórica e a providência divina na restauração do povo de Israel após o exílio.

Acontecimentos importantes narrados no Livro de 2 Crônicas

O reinado de Salomão

Salomão, o filho de Davi, consolidou-se em seu reinado, pois o Senhor, seu Deus, estava com ele e o abençoou abundantemente.

Salomão empreendeu a construção da Casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá, o local onde Deus tinha aparecido a seu pai, Davi.

Ao fim de vinte anos, tendo Salomão terminado a Casa do Senhor e a sua própria casa, edificou as cidades que recebera de Hirão, rei de Tiro.

Além disso, Salomão expandiu seu domínio por meio de conquistas territoriais estratégicas, como a tomada de Hamate-Zoba. Ele também investiu na construção e fortificação de diversas cidades, incluindo Tadmor no deserto e Bete-Horom.

Divisão do Reino

Roboão, filho de Salomão, é proclamado rei em Siquém, mas o povo, liderado por Jeroboão, exige alívio das pesadas cargas impostas durante o reinado de Salomão. Roboão consulta os anciãos, que aconselham a benevolência, mas ele prefere seguir o conselho dos jovens, aumentando a opressão sobre o povo.

Como resultado, as tribos do norte, lideradas por Jeroboão, revoltam-se contra a casa de Davi, proclamando: “Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé!”. As tribos do sul permanecem leais a Roboão, mas ele é incapaz de manter a unidade do reino. Se consumou então a divisão das tribos, com Jeroboão reinando sobre as tribos do Norte, formando o Reino de Israel, enquanto Roboão reina sobre Judá.

Queda de Jerusalém

O cativeiro de Jerusalém durou 70 anos, como resultado da desobediência persistente do povo de Israel aos mandamentos de Deus.

Os chefes dos sacerdotes e o povo também aumentaram suas transgressões, praticando abominações e contaminando o templo do Senhor. Deus, por meio de seus profetas, tentou avisar o povo, mas eles zombavam e desprezavam as palavras de Deus, até que a ira do Senhor se acendeu contra eles.

Como consequência, Deus permitiu que o rei dos caldeus (babilônios) atacasse Jerusalém, matando jovens, donzelas, velhos e todos os que encontravam. Os babilônios saquearam os tesouros do templo e do rei, destruíram a casa de Deus, derrubaram os muros da cidade e queimaram seus palácios e objetos preciosos. Os sobreviventes foram levados como servos para Babilônia, onde permaneceram até ao tempo do reino da Pérsia.

O decreto de Ciro

No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor pronunciada pelo profeta Jeremias, o Senhor despertou o espírito de Ciro. Este, então, proclamou por todo o seu reino a seguinte mensagem:

“Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de construir um templo para ele em Jerusalém, que está em Judá. Quem entre vocês pertence ao povo de Deus, que se prepare para subir a Jerusalém, e que o Senhor, seu Deus, esteja com ele.”

Essa proclamação de Ciro marca o fim dos 70 anos de cativeiro babilônico dos judeus e o início do retorno do exílio. Esse evento é significativo na história bíblica porque demonstra a soberania de Deus sobre as nações e sua fidelidade em cumprir suas promessas, mesmo usando um governante estrangeiro para realizar seus propósitos.

Esboço

  1. Reinado de Salomão. Capítulos 1 – 9
  2. Divisão do Reino: Roboão e Jeroboão. Capítulo 10
  3. Reis de Judá. Capítulos 11- 36
  4. Queda de Jerusalém. Capítulo 36
  5. O decreto de Ciro e o retorno dos exilados. Capítulo 36, versículos 22-23
Rolar para cima