O que significa tomar a sua Cruz?

Mateus 16:24: “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.

É importante entender o contexto dessa declaração de Jesus sobre tomar a sua cruz, para compreendermos o seu verdadeiro significado. Nesse momento, Jesus estava discutindo sobre sua própria missão e o sacrifício iminente que enfrentaria. Pedro acabara de reconhecê-lo como o Messias, mas Jesus instruiu seus discípulos a não revelarem isso a ninguém naquele momento.

Logo em seguida, Jesus começou a explicar aos discípulos que ele, como o Filho do Homem, enfrentaria sofrimentos, seria rejeitado, morto e ressucitaria. É nesse contexto que Jesus convoca a multidão e faz a declaração: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.

A expressão “tomar a cruz” é frequentemente mal interpretada na vida cristã. Muitas vezes, as pessoas a associam a momentos difíceis ou problemas pessoais, referindo-se a eles como “minha cruz”. No entanto, essa interpretação deturpa o verdadeiro significado que Jesus atribuiu a essa expressão.

Na época de Jesus, a cruz era um símbolo de execução cruel e vergonhosa, reservada para os criminosos mais desprezíveis. Portanto, quando Jesus falou sobre “tomar a sua cruz”, ele estava apontando para a disposição de seus seguidores de enfrentarem a renúncia completa de si mesmos, incluindo a disposição de morrer para suas próprias vontades, desejos e interesses, a fim de seguir a vontade de Deus.

Em textos como Gálatas 2:19-20, o apóstolo Paulo utiliza uma linguagem de morrer para uma vida anterior e renascer para uma nova vida em Cristo.

Assim, “tomar a cruz” não se resume apenas a enfrentar dificuldades ou problemas, mas sim a adotar um estilo de vida que reflete a renúncia do eu. É uma decisão consciente de morrer para os desejos e interesses pessoais, e viver em submissão à vontade de Deus.

O que significa morrer para nós mesmos?

Morrer para nos mesmos, sabemos que não está falando de morte literal. A expressão tem a ver com morrer para o eu, morrer para a nossa própria carne, para a nossas próprias vontades. Temos como exemplo a oração de Jesus no Getsêmani, “Pai seja feita não a minha, mas a sua vontade”. Essa é uma das frases que resume a vida cristã, anularmos a nossa própria vontade, que nos coloca na contramão da vontade de Deus, e nos sujeitarmos a vontade dele.

Hoje, a cruz é amplamente reconhecida como um símbolo de expiação, perdão, graça e amor devido ao sacrifício de Jesus Cristo. No entanto, é importante entender que, nos dias de Jesus, a cruz tinha uma conotação completamente diferente. Era um instrumento de tortura e execução utilizado pelos romanos para punir os criminosos mais desprezíveis.

Ao ordenar aos seus discípulos que “tomem a sua cruz e sigam-me”, Jesus estava fazendo um chamado à entrega total e à disposição para enfrentar o sofrimento em nome da fé. Naquela época, carregar a própria cruz até o local da crucificação era uma humilhação pública, acompanhada de zombaria e escárnio.

Portanto, “tomar a sua cruz” não se limita a enfrentar dificuldades ocasionais, mas sim a estar disposto a suportar a renunciar completamente às próprias vontades em favor da vontade de Deus. Isso implica em uma rendição ao senhorio de Jesus Cristo.

Quando Jesus proclamou: “Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á”, ele estava enfatizando a importância de renunciar ao egoísmo e aos desejos mundanos em favor de seguir a sua vontade. Ele destacou que ganhar o mundo inteiro, mas perder a própria alma, é uma troca vazia e sem valor.

Seguir a Jesus pode ser desafiador, mas é também profundamente gratificante. Além das lutas, experimentamos vitórias, e não estamos sozinhos. Temos o Espírito Santo como nosso consolador, fortalecedor e companheiro constante. Ele nos guia, nos conforta e nos capacita a viver uma vida que glorifica a Deus e nos traz bênçãos.

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