Quem foi o profeta Amós?

O profeta Amós proclamou uma mensagem de advertência e julgamento ao povo de Israel. Ele denunciou a riqueza injusta, a corrupção, a exploração dos pobres e a falta de compaixão para com os necessitados. Além disso, profetizou sobre o juízo iminente que viria sobre Israel devido à sua infidelidade e desobediência a Deus.

Amós, originário de Tecoa, situada no território de Judá, era um homem agricultor e pastor que cuidava de figueiras silvestres. No entanto, seu chamado divino o conduziu a profetizar ao reino do Norte de Israel durante os reinados de Uzias em Judá e Jeroboão II em Israel. Este período foi caracterizado por uma aparente prosperidade e riqueza material, mas, ao mesmo tempo, uma decadência espiritual e moral tomava conta do povo.

Enquanto Israel desfrutava de sua abundância, tornava-se cada vez mais orgulhoso, espiritualmente imoral e corrupto. Oprimia os pobres e transgredia as leis do Senhor. Nesse contexto, Amós foi enviado por Deus para advertir e denunciar os pecados de Israel, chamando o povo ao arrependimento e à justiça.

Além disso, Deus também instruiu Amós a proclamar a justiça divina contra as nações vizinhas que haviam sido cruéis com Israel. Damasco, Gaza, Tiro, Edom, Amon e Moabe seriam julgadas por suas transgressões e opressões contra o povo de Deus. Apesar das advertências e chamados ao arrependimento, essas nações permaneceram obstinadas em seus caminhos depravados.

Diante da resistência e da recusa das nações em se arrependerem, Deus promete intervir, humilhando os orgulhosos e conduzindo-os ao arrependimento genuíno. Essa intervenção divina será um testemunho poderoso da justiça e soberania de Deus sobre todas as nações, incentivando-as a retornar aos caminhos da retidão e da obediência aos seus mandamentos.

O ministério do profeta Amós

No início de seu ministério, por volta do século VIII a.C., o cenário político na região era marcado pelo reinado de Uzias, em Judá, e Jeroboão II, em Israel. Jeroboão II era particularmente conhecido por sua habilidade militar e liderança, e durante seu reinado, Israel experimentou um período de relativa estabilidade e prosperidade após décadas de conflitos e opressão por parte de nações vizinhas.

Por intermédio de Jeroboão, o Senhor libertou os israelitas das mãos de seus opressores, como mencionado em 2 Reis 14:26-27. Isso resultou em um período de paz e segurança para o povo de Israel.

Por outro lado, o reinado de Uzias em Judá também foi caracterizado por uma relativa tranquilidade e prosperidade.

No entanto, apesar da estabilidade política e prosperidade econômica que caracterizaram os reinados de Jeroboão II e Uzias, houve também um declínio moral e espiritual entre o povo de Israel. A prosperidade material muitas vezes levou à complacência espiritual e à injustiça social, algo que Amós, como profeta, foi chamado a denunciar e confrontar. Assim, o contexto político e social do reinado de Jeroboão II e Uzias proporcionou o cenário no qual o ministério profético de Amós se desenrolou, desafiando as injustiças e chamando o povo ao arrependimento e à justiça.

A mensagem do profeta Amós

Amós foi comissionado por Deus para denunciar a corrupção tanto social quanto religiosa que assolava o povo de Israel, enquanto também alertava sobre o julgamento iminente de Deus. No entanto, suas advertências caíram em ouvidos surdos, ignoradas pelos líderes e habitantes da terra. Tragicamente, o povo persistiu em sua recusa de acatar os conselhos divinos, culminando em consequências devastadoras algumas décadas mais tarde.

De fato, as previsões de Amós se concretizaram quando Salmaneser e Sargão, reis da Assíria, invadiram e destruíram o reino do Norte de Israel, como previsto. Este evento serviu como uma confirmação das palavras proféticas de Amós, destacando a consequência da desobediência a instrução de Deus.

No entanto, apesar de suas previsões de punição e destruição, a profecia de Amós termina com uma nota de esperança e restauração. O capítulo 9, versículos 11 ao 15, declara uma promessa de uma gloriosa restauração futura para o povo de Israel, e que Deus mudará a sorte do seu povo.

As visões do profeta Amós

A visão do gafanhoto

“Isto me fez ver o Senhor Deus: eis que ele formava gafanhotos ao surgir o rebento da erva serôdia; e era a erva serôdia depois de findas as ceifas do rei. Tendo eles comido de todo a erva da terra, disse eu: Senhor Deus, perdoa, rogo-te; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno. Então, o Senhor se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o Senhor” (Amós 7:1-3).

Amós intercede diante de Deus e roga pela sua misericórdia. Deus demonstra compaixão e atende ao apelo de Amós, e retira a ameaça de juízo sobre a nação.

A visão do fogo

“Isto me mostrou o Senhor Deus: eis que o Senhor Deus chamou o fogo para exercer a sua justiça; este consumiu o grande abismo e devorava a herança do Senhor. Então disse eu: Senhor Deus, cessa agora; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno. E o Senhor se arrependeu disso. Também não acontecerá, disse o Senhor Deus” (Amós 7:4-6).

Este fogo não apenas devora a vegetação, mas também consome o “grande abismo” e ameaça destruir a herança do Senhor. A expressão “a herança do Senhor” pode se referir ao próprio povo de Israel, considerado como a herança ou possessão especial de Deus. Portanto, o fogo convocado por Deus ameaça não apenas a terra e a vegetação, mas também a própria existência do povo escolhido por Deus.

Novamente, Amós intercede pelo povo, e Deus, em sua misericórdia, decide não prosseguir com o juízo planejado.

A visão do prumo

“Mostrou-me também isto: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na mão. O Senhor me disse: Que vês tu, Amós? Respondi: Um prumo. Então, me disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo de Israel; e jamais passarei por ele. Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos, os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão” (Amós 7:7-9).

Na passagem bíblica citada, o prumo é usado como uma metáfora para representar a justiça e a retidão de Deus. Deus está prestes a usar o prumo para avaliar o povo de Israel. A nação estava muito abaixo do padrão estabelecido por Deus.

A visão de um cesto de frutos

“O Senhor Deus me fez ver isto: eis aqui um cesto de frutos de verão. E perguntou: Que vês, Amós? E eu respondi: Um cesto de frutos de verão. Então, o Senhor me disse: Chegou o fim para o meu povo de Israel; e jamais passarei por ele. Mas os cânticos do templo, naquele dia, serão uivos, diz o Senhor Deus; multiplicar-se-ão os cadáveres; em todos os lugares, serão lançados fora. Silêncio!” (Amós 8:1-3).

Israel não tinha disciplina, o maior problema era a maneira descuidada como as pessoas seguiam as regras que Deus estabeleceu para aquele povo. Deus então revela a Amós que chegou o fim para Israel.

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