Quem foi o profeta Jonas?

Jonas, um dos profetas hebreus do Antigo Testamento, o quinto dos doze Profetas Menores. Nasceu em uma pequena aldeia chamada Gate-Hefer, na região de Zebulom, na Galileia, próximo a Nazaré, Jonas foi filho de Amitai. Ele viveu durante o reinado de Jeroboão II, por volta do século 8 a.C.

Diferenciando-se de outros profetas, Jonas foi um homem escolhido por Deus para uma obra especial, e ele cumpriu essa missão de uma forma singular.

Uma das características marcantes da história de Jonas é a sua ordem divina para profetizar a destruição de Nínive, a capital do império assírio, conhecido por sua crueldade e opressão sobre os povos dominados.

Deus disse a Jonas: “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim” (1:2).

A desobediência do profeta

No entanto, Jonas, inicialmente, tentou fugir de sua missão. Ao invés de seguir o caminho por terra para o oriente, em direção à capital da Assíria, embarcou em um navio rumo a Társis, para o ocidente, a fim de escapar da presença do Senhor (1:3).

Uma tempestade violenta ocorreu, Jonas foi lançado ao mar e acabou sendo engolido por um grande peixe. Após três dias no ventre do peixe, ele foi vomitado em terra firme, onde finalmente decidiu cumprir sua missão e pregar em Nínive.

Jonas e o grande peixe

Quando Jonas decidiu fugir da designação divina, a Bíblia relata que “o Senhor enviou um grande peixe para engolir Jonas, e ele ficou três dias e três noites no ventre do peixe” (1:17). Após esse período angustiante, clamou ao Senhor, e o peixe o vomitou em terra firme. Foi então que Deus, pela segunda vez, confiou sua missão a Jonas, e desta vez o profeta estava disposto a obedecer. Ele adentrou a cidade de Nínive e proclamou a mensagem divina aos seus habitantes.

Surpreendentemente, sua mensagem foi acolhida com sucesso, e os ninivitas responderam ao chamado ao arrependimento. Em um ato de humildade, tanto as pessoas quanto os animais foram submetidos a um jejum. Diante desse arrependimento genuíno, Deus demonstrou sua misericórdia, reconsiderando o desastre que havia anunciado para a cidade. Assim, Deus poupou Nínive da destruição (3:10).

A lição do Senhor

A mudança de atitude por parte do povo de Nínive causou uma reação inesperada em Jonas. Desde o início, ele temeu que Nínive acatasse o aviso divino e se arrependesse, sabendo que, caso isso ocorresse, Deus poderia poupar a cidade, prolongando assim a sua existência como uma poderosa ameaça ao povo de Israel.

Sentando-se fora da cidade, Jonas aguardava ansiosamente para ver se Deus reconsideraria sua decisão e ainda assim destruiria Nínive. Nesse momento, Deus preparou uma planta para fornecer sombra contra o calor escaldante. Mas, no dia seguinte, Deus enviou um verme para comer a planta, e no calor do sol, Jonas pede a Deus para que o mate. Deus pergunta se a sua ira é justificada, e Jonas responde que sua ira é razoável até à morte. Jonas ficou sentimental por causa da vida dessa planta, que ele usufrui por somente um dia.

Deus então, ensinou uma lição de compaixão a Jonas. “Tornou o Senhor: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais? (4:10-11)

Deus faz Jonas refletir sobre a sua reação à destruição da planta que providenciou sombra para ele enquanto esperava para ver o destino de Nínive. A planta cresceu rapidamente e morreu em uma única noite, causando desconforto a Jonas. Deus usa essa situação para confrontar Jonas com a sua própria falta de compaixão para com Nínive, uma grande cidade repleta de seres humanos, além de muitos animais.

A misericórdia do Senhor

Essa narrativa termina afirmando mais uma vez a misericórdia de Deus. Deus tem misericórdia do profeta rebelde, dos marinheiros, dos ninivitas e também dos animais; isto é, a sua misericórdia não alcança a Israel apenas, mas também as nações pagãs, até mesmo uma cidade como Nínive, símbolo de violência e crueldade.

Rolar para cima