Quem foi o profeta Malaquias?

Malaquias foi um profeta de Deus que viveu e proclamou sua mensagem na Judéia, durante o período em que o povo de Israel estava sob o domínio persa. Sua missão foi a de transmitir uma mensagem de reavivamento espiritual e redenção ao povo judeu após o seu retorno do exílio na Babilônia. Seu chamado divino o impeliu a confrontar as práticas religiosas negligentes e a exortar o povo a renovar seu compromisso com Deus. A história e os ensinamentos de Malaquias estão registrados no livro que leva seu nome, que é o último dos profetas menores nas Escrituras Sagradas.

A mensagem de Malaquias

Deus, por intermédio de Malaquias, dirigiu uma severa repreensão aos sacerdotes de seu tempo. Ele declara: “Vocês se desviaram do caminho, fizeram com que muitos tropeçassem na lei, porque não guardaram os meus caminhos, mas mostraram parcialidade na lei” (2:8-9)

O objetivo imediato da reprovação profética de Malaquias aos sacerdotes é que, com sua negligência, permitem que o pecado se instale no próprio templo (2:11) e são responsáveis pelos abusos praticados na celebração dos sacrifícios (1:6-2:9).

Ele também censura com severidade aqueles que repudiam suas esposas para se unirem a estrangeiras (2:10-16) e aqueles que são maus, injustos e ímpios . O juízo condenatório de Malaquias se estende a todos que não têm temor a Deus (3:5).

Por outro lado, a mensagem do profeta revela o estado em que se encontravam muitos israelitas após várias décadas da repatriação dos exilados na Babilônia. As grandes dificuldades econômicas que enfrentavam, os relacionamentos problemáticos com os povos vizinhos e a demora no cumprimento das promessas que ouviram pela boca de Ageu e Zacarias deram lugar entre eles ao desencanto e a dúvidas sobre o amor e a justiça de Deus. Por isso, Malaquias afirma, com paixão, que Deus ama seu povo (1:2) e que não deixará de cumprir as promessas que lhe fez. Deus, por meio de Malaquias, revela que ele conterá sua ira se as pessoas se arrependerem e retornarem a ele.

O mensageiro

“Eis que envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vocês buscam; e o mensageiro da aliança, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos” (3:1).

Esta passagem profetiza a vinda tanto de João Batista quanto de Jesus Cristo. João refere-se como o “meu mensageiro”, preparando o caminho para a chegada do Senhor. Enquanto isso, Jesus identifica-se como o “mensageiro da aliança”, aquele que os fiéis anseiam e aguardam. Esta profecia se cumpriu quando João Batista preparou o caminho para Jesus, que veio ao templo como o cumprimento da aliança entre Deus e seu povo.

Após anunciar a vinda de João Batista, Malaquias prossegue falando sobre a segunda vinda de Jesus Cristo, admoestando: “Mas quem poderá suportar o dia de sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros” (3:2).

Malaquias alerta a todos sobre a iminência de um dia de julgamento, no qual Deus trará rápida destruição para todos aqueles que violarem suas leis. No entanto, o povo não é deixado sem esperança, pois as profecias de Malaquias sobre o juízo de Deus são acompanhadas por apelos para que o povo permaneça fiel e obediente.

O justo e o mau

Em Malaquias 3:13-18, o profeta relata uma conversa entre Deus e o povo de Israel. Nesse contexto, o Senhor expressa sua frustração com as atitudes rebeldes e descrentes do povo.

Deus acusa o povo de ter palavras agressivas contra ele, mesmo que eles questionem o que fizeram de errado. O povo, por sua vez, expressa incredulidade e descontentamento, questionando se vale a pena servir a Deus e seguir seus mandamentos, especialmente quando os ímpios parecem prosperar.

No entanto, Malaquias ressalta que aqueles que temem ao Senhor são consideradas preciosas para ele, como um tesouro. Ele as poupará e as tratará com amor e cuidado, assim como um pai trata seu filho que o serve.

Além disso, Malaquias declara que haverá uma distinção clara entre os justos e os ímpios, entre aqueles que servem a Deus e aqueles que não o servem.

Essa passagem destaca a importância da fidelidade e do temor ao Senhor. Também enfatiza a promessa de Deus de recompensar aqueles que o amam e o servem fielmente, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis.

O Dia do Senhor

Malaquias profetiza sobre o dia do Senhor, um tempo de julgamento e purificação, mas também de bênçãos para aqueles que temem ao Senhor (4:1-3).

Malaquias descreve o dia do Senhor como um momento de julgamento, comparando-o a uma fornalha ardente que queimará os soberbos e os ímpios como palha.

Por outro lado, para aqueles que temem o nome do Senhor, haverá bênçãos. O “sol da justiça” nascerá para eles, trazendo cura e libertação. Eles sairão livres e exultantes, como bezerros saltando da estrebaria.

Uma parte significativa da profecia é sobre a vinda do profeta Elias: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição” (4:5-6). Esta profecia aponta para um mensageiro que viria no espírito e poder de Elias, uma figura precursora de João Batista, que veio com uma mensagem semelhante.

Ao final, torna-se evidente que suas profecias têm implicações que se estendem além do contexto específico de Israel e podem ser aplicadas à toda humanidade.

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