Quem foi o profeta Naum?

Naum foi o sétimo dos doze profetas menores do Antigo Testamento, profetizando a queda da poderosa cidade de Nínive e do Império Assírio. Por meio do profeta Naum, Deus transmitiu uma mensagem de consolo aos habitantes de Judá, que viviam sob constante medo das ameaças vindas desse poderoso império.

Sua vida e contexto histórico são conhecidos principalmente a partir de seu próprio livro. Naum nasceu em Elcós, conforme mencionado em Naum 1:1, mas o local exato de sua cidade natal permanece incerto. Embora algumas tradições sugiram que Elcós ficava em Judá, na região da Sefelá, próximo a Moresete-Gate, outras teorias localizam-na na Galileia, perto de onde mais tarde surgiu a cidade de Cafarnaum.

A atividade profética de Naum parece ter ocorrido entre os anos de 663 e 612 a.C. Período marcado por eventos significativos na história do Oriente Médio. É provável que a composição do livro de Naum seja pouco antes de 612 a.C., ano da destruição da cidade de Nínive por uma aliança de medos e caldeus.

Desde sua ascensão na cena política e militar da região, o Império Assírio era conhecido por sua crueldade. Os assírios subjugaram e dominaram várias nações com extrema violência, impondo duras repressões e deportações. As nações do Oriente Médio, incluindo o Reino de Judá, por exemplo, sofreram sob o jugo assírio por mais de um século. Portanto, a notícia da queda de Nínive trouxe alívio às nações oprimidas.

O livro de Naum, além de abordar a destruição iminente de Nínive, serve como um poderoso testemunho das consequências da opressão e da injustiça. Além disso, ele exalta a justiça divina e o poder de Deus para julgar as nações, trazendo esperança aos que sofrem sob a tirania.

A mensagem de Naum

A mensagem de Naum centrou-se exclusivamente na queda da grande capital da Assíria, Nínive, que era o coração do poder imperial da época. Sua mensagem gira em torno desse evento ansiosamente aguardado e é expressa por meio de um poema vibrante e cheio de paixão, celebrando a justiça divina contra a opressão.

Pode-se dividir a mensagem de Naum em duas partes. A primeira parte (Naum 1:2-10) é um cântico que exalta a glória do Senhor, o Deus “zeloso e vingador” que domina sobre qualquer força humana ou natural. O Senhor, Deus de Israel, promete proteger o seu povo e libertá-lo de seus inimigos, os assírios. Ele, como soberano da história e controlador do destino das nações, trará fim aos inimigos de Israel e transformará a sorte de Israel e Judá.

Os versículos seguintes (Naum 1:11-15) servem como uma passagem de transição entre as promessas de paz e restauração para o povo eleito e as ameaças de destruição iminente para Nínive. Aqui, as palavras de Naum oscilam entre consolo para os israelitas e advertência de desgraça para seus opressores.

Na segunda parte (Naum 2:1-3:19), o profeta apresenta uma descrição impressionante e sonora do assalto à cidade de Nínive, uma cidade que era desprezada por sua crueldade e dominância. A derrota levará à completa ruína do Império Assírio. A linguagem poética de Naum, rica em dramaticidade e metáforas, evoca cenas vívidas de batalha, com os carros de guerra, o trotar dos cavalos e o som retumbante do confronto. Ao fundo deste cenário de desastres e morte, ouve-se o clamor vitorioso do povo de Deus, que celebra sua libertação do jugo assírio.

Profecia de Naum e a Condenação de Nínive

Durante cerca de 150 anos, o Império Assírio dominou os países do Oriente Médio com uma mão de ferro, impondo seu domínio com brutalidade e opressão. Em 612 a.C., Nínive, a capital do império, foi conquistada pelos babilônios, marcando o início do fim para o poderoso império.

Anos antes, o profeta Jonas havia sido enviado para clamar contra os ninivitas, e eles se arrependeram de seus maus caminhos, provocando a manifestação da misericórdia divina que poupou Nínive da destruição prometida. No entanto, a profecia de Naum confirma a condenação divina contra Nínive devido à sua reincidência em práticas iníquas e desobedientes ao Senhor.

A recorrência de seus atos perversos e cruéis deixou Nínive vulnerável e desprotegida, como um réu condenado perante o julgamento do Senhor. Os assírios eram conhecidos por sua crueldade sem limites contra outros povos, agindo como um leão implacável sobre sua presa. Agora, o momento de sua própria destruição havia chegado, seguindo o princípio que Jesus ensinou. “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão” (Mateus 26:52).

Além de sua brutalidade, os assírios eram também conhecidos por sua imoralidade extrema e práticas espirituais questionáveis, como ritos e feitiçarias. Isso contribuía para seu afastamento da orientação divina e sua eventual queda diante do julgamento de Deus.

A queda de Nínive, como previsto por Naum, serviu como um lembrete sobre as consequências da opressão, crueldade e desobediência a Deus. A mensagem de Naum destaca a justiça divina e a importância da retidão, alertando as nações sobre os perigos de seguir o caminho da maldade.

Rolar para cima