Quem foi o profeta Sofonias na Bíblia?

Sofonias, cujo nome significa “o Senhor esconde” ou “o Senhor protege”, era filho de Cusi. Ele era descendente do rei Ezequias, e foi o nono profeta na ordem dos profetas menores. Viveu durante o reinado de Josias, rei de Judá, que governou entre 640 e 609 a.C.

A história de Sofonias

Sofonias viveu durante as últimas décadas do reino do sul de Judá. Foi quando o rei Josias tentou realizar uma mudança real na terra, removendo ídolos e restaurando templo para adoração do único Deus de Israel. Porém Israel estava longe demais, a adoração a outros deuses estava enraizada na vida do povo.

Corajosamente, Sofonias anunciou a iminência do Dia do Senhor ao povo, ciente da necessidade urgente de arrependimento e retorno à verdadeira adoração. Ele testemunhou um período de decadência religiosa e moral em Judá, especialmente durante os reinados corruptos de Manassés e seu filho Amon, que incentivaram a idolatria e práticas abomináveis como sacrifícios de crianças e prostituição cultual.

O profeta advertiu sobre o juízo inevitável de Deus, com foco especialmente no Dia do Senhor, um momento em que Deus corrigiria os pecados do povo de Judá e dos habitantes de Jerusalém. Ele denunciou aqueles que afirmavam no coração que o Senhor não faz o bem nem o mal, indicando uma atitude de indiferença e desprezo pela justiça divina (Sf 1:12).       

A profecia de Sofonias

A profecia de Sofonias era urgente e incisiva, refletindo seu profundo zelo pela justiça de Deus e sua compaixão pelo povo de Judá. No entanto, apesar da inevitabilidade do juízo divino, ele ofereceu uma oportunidade para o arrependimento e a reconciliação com Deus.

Sofonias profetizou não apenas para Judá, mas todas as nações, incluindo as nações vizinhas e a poderosa Jerusalém. Em suas profecias, ele destemidamente confrontou a desobediência.

Ao profetizar o juízo sobre toda a terra, Sofonias destacou a soberania e a justiça de Deus, lembrando ao povo que nem os ídolos adorados nem a força militar assíria poderiam oferecer salvação verdadeira. Ele testemunhou a misericórdia e a compaixão divinas, mas também alertou sobre as consequências inevitáveis da persistente desobediência.

O profeta não apenas antecipou o julgamento iminente, mas também profetizou bênção e esperança para o remanescente fiel do povo de Judá. Além disso, ele reconheceu a fidelidade daqueles que permaneceram dedicados ao Senhor, mesmo em meio à apostasia generalizada.

A mensagem de Sofonias

A mensagem profética de Sofonias se inicia com um anúncio impactante de um desastre de proporções universais. O Senhor declara que, devido aos pecados de Judá, ele está prestes a trazer destruição “sobre toda a face da terra”. No entanto, o profeta também aponta para uma esperança, mencionando que apenas os “mansos da terra” (2:3) e aqueles que sinceramente buscam agir com justiça serão preservados.

Em uma segunda parte (capítulo 2), Sofonias direciona sua mensagem de julgamento mais diretamente aos inimigos de Judá. Ele proclama que o juízo divino alcançará as nações pagãs, desde os filisteus habitantes da costa mediterrânea até os assírios da Mesopotâmia.

Por fim, na terceira parte (capítulo 3), o profeta oferece uma mensagem de esperança dirigida ao remanescente fiel, os “restantes de Israel”, e ao “povo modesto e humilde” que sobreviverá à catástrofe. Para esse grupo, ele anuncia a promessa de “lábios puros” para invocar o nome do Senhor e a libertação definitiva de todo cativeiro, prenunciando um tempo de restauração e renovação espiritual.

O tema central da mensagem de Sofonias é o anunciado “grande Dia do Senhor”, um tema que já havia despertado o interesse de outros profetas. Sofonias o descreve com pinceladas sombrias, retratando-o como um momento de intensa indignação divina, angústia, alvoroço e desolação, caracterizado por escuridão e densas trevas (1.15). Nesse dia, haverá lamento, castigo e devastação, e os valentes clamarão em desespero (1.8-13).

No entanto, esse dia terrível também marcará o fim do domínio da maldade sobre a terra e da indiferença daqueles negam-se a crer que Deus intervém no mundo (1.12). É um momento de julgamento divino que não apenas traz punição para os ímpios, mas também sinaliza o estabelecimento final da justiça de Deus e o fim da opressão sobre os justos.

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