O Livro de Êxodo: Resumo e explicação

Êxodo (saída): Partida dos israelitas do Egito, libertados da escravidão pelo poder de Deus e pela liderança de Moisés. Segundo estudiosos, o livro de Êxodo foi escrito entre 1440 e 1400 a.C. O êxodo é o fato mais importante da história do povo de Israel, pois mostra como um povo escravo foi transformado numa nação cheia de esperança no futuro.

O livro de êxodo, por exemplo, pode ser dividido em quatro partes: 1) A libertação (1.1-15.21); 2) a viagem até o Sinai (15.22-18.27); 3) a Lei e a aliança (19- 24); 4) Tabernáculo e o culto (25-40). A figura central do livro é Moisés, o homem a quem Deus escolheu para tirar o seu povo do Egito. E Deus revelou a Moisés o seu nome sagrado (3.14). O trecho mais conhecido do livro são os Dez Mandamentos (20.1-17).

O Título

Este livro deriva seu título daquele evento que serve como o principal tema de toda a sua história: a partida dos israelitas do Egito e os anos que passaram no deserto antes de alcançar Canaã, a Terra Prometida. Na verdade, a mesma palavra grega (êxodos), usada pela Septuaginta para traduzir o termo em português, significa precisamente “saída”. Enquanto isso, na Bíblia Hebraica, o livro é intitulado com uma de suas primeiras palavras: Shemoth, que significa “nomes”.

A História

O livro de Êxodo fornece certas informações que, dentro de uma certa margem de probabilidade, permitem estimar a época em que ocorreram os eventos mencionados. Esses dados, embora não sejam suficientes para determinar datas exatas, possuem um valor histórico inegável. Por exemplo, em 1.11 é mencionado que os israelitas, residentes no Egito por 430 anos (12.40-41), foram forçados a trabalhar na construção de duas cidades: Pitom e Ramessés (chamada, em egípcio, de Casa de Ramessés). Este evento ocorreu entre o final do século XIV e o início do século XIII a.C.

Conteúdo do Livro

Opressão dos Israelitas e chamado de Moisés

A primeira parte do livro de Êxodo narra a mudança na situação dos descendentes de Jacó, quando um novo governante, que não tinha conhecimento de José, assumiu o trono do Egito. A narrativa não segue uma cronologia rígida; à primeira vista, os eventos parecem acontecer sem interrupção.

No entanto, uma análise cuidadosa revela que entre o assentamento de Jacó em Gósen e o reinado do novo faraó passaram-se os 430 anos da estadia dos israelitas no Egito. Somente no final desse período a hospitalidade egípcia se transformou em opressão, desse modo, levando os israelitas à escravidão. Em sua aflição, eles clamaram ao Senhor, que chamou Moisés e se revelou a ele em Horebe, o “monte de Deus”, confiando-lhe a missão de libertar o povo. Deus então faz sinais extraordinários por meio de Moisés, que obrigou o faraó a conceder liberdade aos israelitas.

Após celebrarem a primeira páscoa como sinal de salvação, partiram em direção ao mar, que atravessaram a pé, enquanto as águas se fechavam sobre o exército egípcio. O povo, junto com Moisés e Miriã, expressou sua gratidão a Deus através de um cântico, testemunhando a milagrosa libertação de Israel.

Jornada no deserto após libertação

A segunda parte do livro descreve uma série de episódios durante a jornada dos israelitas pelo deserto. Posteriormente a travessia do mar, encontraram-se em regiões secas e áridas da península do Sinai, onde enfrentaram fome, sede e a hostilidade dos amalequitas. Muitos reclamaram contra Moisés e o Senhor, preferindo voltar à escravidão no Egito a enfrentar os desafios da liberdade. Moisés então, intercedeu por eles diante de Deus repetidas vezes, que supriu todas as suas necessidades, provendo comida, água e proteção contra os inimigos.

A jornada pelo deserto tinha como destino final a Terra Prometida, Canaã, descrita como uma “terra que mana leite e mel”. Contudo, antes de alcançá-la, Israel precisava aprender que o Senhor os havia escolhido como seu povo especial, um “reino de sacerdotes e nação santa”. No monte Sinai, Deus estabeleceu sua aliança com Israel, exigindo que vivessem em santidade em resposta à sua eleição gratuita. A Lei, entregue a Israel por Moisés, começou com os Dez Mandamentos, que estabeleceram a exclusiva ligação de Israel com o Deus que os libertou do Egito. A partir dos mandamentos, toda a Lei promoveu a justiça e a solidariedade, baseando-se no culto ao Senhor, único e verdadeiro Deus.

O Bezerro de Ouro

Após Moisés subir ao Monte Sinai para receber os Dez Mandamentos e as orientações de Deus, o povo de Israel fica impaciente com sua prolongada ausência, então eles solicitam a Arão, irmão de Moisés e sacerdote, que faça um deus para eles. Arão, então, sucumbe à pressão e pede que tragam seus ornamentos de ouro. Ele derrete o ouro e modela um bezerro de ouro, que o povo começa a adorar como seu deus, creditando a ele a libertação do Egito.

Quando Moisés desce do monte e testemunha a idolatria do povo, ele fica furioso e quebra as tábuas dos mandamentos. Ele também queima o bezerro, e o pulveriza até se tornar pó, mistura com água e faz os israelitas beberem. Posteriormente, ele convoca os levitas para lidar com a rebelião, resultando na morte de muitos culpados.

A Renovação da Aliança

Em consequência da criação do bezerro de ouro, Moisés sobe novamente ao Monte Sinai, onde permanece por mais 40 dias e 40 noites jejuando e intercedendo em favor do povo. Durante esse período, Deus renova Sua aliança com Israel. Ele reescreve as tábuas da Lei e revela Sua natureza amorosa e compassiva para com aqueles que o obedecem.

Por fim, quando Moisés desce do monte, seu rosto brilha com a glória de Deus, a ponto de ele precisar usar um véu ao falar com o povo, que fica temeroso diante da manifestação da presença divina em seu líder.

Esboço

Israel no deserto

  1. Opressão de Israel como escravo no Egito. (1:1-14)
  2. Chamado de Moisés por Deus. (3:1-10)

Israel é libertado da sua escravidão.

  1. As Dez Pragas sobre o Egito. (7:14-12:30)
  2. Instituição da Páscoa. (12:1-28)
  3. Travessia do Mar Vermelho. (14:21-31)

Jornada no Deserto

  1. Provisão de Deus no deserto. (16:1-36; 17:1-7)
  2. Aliança de Deus no Monte Sinai. (19:1-25; 20:1-17)
  3. Prescrições para construção do Tabernáculo. (25:1-40)

Bezerro de ouro, renovação da aliança

  1. Idolatria do Bezerro de Ouro. (32:1-35)
  2. Intercessão de Moisés por Israel. (33:12-23)
  3. Perdão e renovação da Aliança. (34:1-35)
Rolar para cima