Quem foi o profeta Obadias na Bíblia?

Obadias é um profeta da Bíblia, sendo um dos chamados “profetas menores”. Obadias significa “servo do Senhor” ou “adorador do Senhor”, seu livro é o mais curto do antigo testamento. Ele mesmo é o autor de seu livro, que possui apenas um capítulo.

A mensagem de Obadias

Obadias foi incumbido de transmitir uma mensagem de advertência aos edomitas, povo que habitava a região montanhosa a sudeste do Mar Morto. Sua capital, Sela, situava-se em um planalto protegido por um desfiladeiro rochoso, tornando-a uma fortaleza natural inacessível para muitos. Dessa posição estratégica, os edomitas lançavam ataques contra os israelitas e outros povos da região.

Como descendentes de Esaú, irmão de Jacó (Israel), os edomitas eram parentes dos israelitas, mas as relações entre os dois povos nunca foram harmoniosas. A inimizade entre eles remontava a tempos antigos e se intensificava devido a disputas territoriais e rivalidades ancestrais.

A razão da mensagem de Obadias foi a invasão de Judá, patrocinada pelos edomitas, enquanto Jerusalém estava sendo sitiada e saqueada pelos babilônios em 587 a.C. Esse evento marcou um ponto crítico na história de Judá, pois os edomitas não apenas se abstiveram de ajudar seus parentes israelitas em sua hora de necessidade, mas também se uniram aos inimigos para saquear e conquistar território, traindo laços de sangue e tradições ancestrais.

Dessa forma, a mensagem de Obadias não apenas advertiu os edomitas sobre a punição divina que se abateria sobre eles devido a sua traição e injustiça, mas também ressaltou a justiça de Deus e a importância de manter a fé e a integridade.

Contexto histórico

A inimizade e hostilidade entre Israel e Edom persistiu ao longo das gerações. Um exemplo disso foi quando Edom negou passagem a Moisés e aos filhos de Israel em sua jornada para a terra de Canaã. Além disso, o rei Saul enfrentou Edom em batalha, e Davi subjugou Edom, tornando-o submisso de Israel.

Quando Judá foi invadido e conquistado, Edom não apenas se absteve de prestar auxílio, mas também apoiou os babilônios em seus esforços de cerco contra Jerusalém. Esta traição e colaboração com o inimigo foram lamentadas pelo salmista no Salmo 137:7. Os edomitas não apenas se opuseram aos esforços desesperados de Judá, mas também instigaram os babilônios a destruir Jerusalém até seus alicerces.

A Bíblia adverte sobre os perigos do orgulho nacional ou individual, indicando que tal atitude pode conduzir à ruína. Os edomitas, confiantes em sua fortaleza nas montanhas, como descrito em Obadias 1:3-4, julgavam-se superiores ao monte Sião e a Judá. Sua cidade fortificada de Petra, com suas rochas imponentes, parecia invulnerável e protegida contra qualquer invasão.

No entanto, a soberba de Edom seria sua queda. As Escrituras ensinam que Deus se opõe aos arrogantes, como é expresso em Tiago 4:6. Assim, a história de Edom serve como um alerta sobre os perigos do orgulho e da arrogância, destacando a importância da humildade e da submissão diante de Deus.

A Profecia de Obadias: Condenação sobre Edom

Um dos elementos proeminentes em sua profecia é o nome Edom, que é uma referência direta a Esaú. Os descendentes de Esaú formaram uma nação que habitou a região do monte Seir, conforme registrado em Gênesis 36:8-9, tendo Petra como sua cidade principal.

A narrativa de Obadias contextualiza os conflitos ancestrais entre Edom e Israel, destacando a traição histórica perpetrada pelos edomitas contra seus parentes israelitas. Além disso, suas profecias apontam para um juízo divino iminente sobre Edom, simbolizado pelo futuro Dia do Senhor, que trará justiça e retribuição pelas transgressões cometidas.

Dessa forma, a profecia de Obadias não apenas registra os eventos passados e presentes relacionados à rivalidade entre Edom e Israel, mas também projeta uma visão do destino futuro dessa nação e suas ramificações sob a soberania divina.

A profecia contida no versículo 15 de Obadias direciona-se ao “dia do Senhor”, um termo frequentemente utilizado pelos profetas para denotar um período em que Deus intervém ou age para realizar sua vontade soberana. Na linguagem profética, emprega-se essa expressão para descrever tanto um castigo iminente sobre uma nação quanto a punição final no dia do julgamento.

Este dia do Senhor não só traz consigo a promessa de justiça divina, incluindo a punição dos ímpios, mas também carrega a mensagem de salvação. Assim como Deus pune os injustos, ele também oferece redenção aos justos, mostrando-se como um Deus de amor e misericórdia.

Obadias proclamou que o dia do Senhor não se restringe a uma única nação, mas abrange todas as nações. O castigo divino é inevitável, porém, a salvação está disponível para todos que se voltam para ele com fé e arrependimento. Portanto, a profecia de Obadias enfatiza não apenas o juízo iminente de Deus, mas também a oportunidade de reconciliação que ele oferece a todos os que o buscam.

A Profecia de Obadias: Restauração para o povo de Deus

Obadias conclui sua profecia no versículo 21, trazendo uma nota de esperança e conforto para o povo de Deus: “Salvadores hão de subir ao monte Sião, para julgarem o monte de Esaú; e o reino será do Senhor”.

Nesse trecho, Obadias retrata uma imagem poderosa de redenção e restauração. O “monte Sião”, representando o povo escolhido de Deus, será o lugar onde “salvadores” surgirão, indicando líderes ou mensageiros que trarão justiça e restauração. Esses salvadores estarão incumbidos de julgar o “monte de Esaú”, simbolizando a punição e a correção das nações ímpias, incluindo os descendentes de Edom.

A profecia culmina com a afirmação de que “o reino será do Senhor”, sublinhando a soberania absoluta de Deus sobre todas as coisas. Esse anúncio proclama a vitória final do plano divino e a manifestação plena do reinado de Deus, onde sua justiça prevalecerá e sua vontade será estabelecida sobre toda a Terra.

Quem são estes salvadores que recebem o poder de julgamento?

Nos versículos mencionados, Daniel 7:22 e 1 Coríntios 6:2, encontramos referências aos “salvadores” ou “santos” que recebem o poder de julgamento. Vamos explorar o significado desses versículos e como eles se relacionam com a ideia de salvadores mencionada em Obadias.

Daniel 7:22: Neste versículo, Daniel está descrevendo uma visão profética em que ele vê o “Ancião de Dias” (representando Deus) dando autoridade e poder ao “Filho do Homem” (uma figura messiânica, interpretada como uma referência a Jesus Cristo). Em meio a essa visão, Daniel observa que o julgamento é dado aos santos do Altíssimo. Isso sugere que, na consumação dos tempos, os santos receberão uma participação no julgamento junto com o Messias. Portanto, os “salvadores” mencionados em Obadias podem ser entendidos como os santos que, em comunhão com Cristo, exercerão autoridade no julgamento das nações.

1 Coríntios 6:2: Paulo, neste versículo, está falando aos coríntios sobre questões de litígio entre irmãos na fé. Ele os lembra de que um dia os santos julgarão o mundo e até mesmo os anjos. Portanto, assim como em Daniel, Paulo indica que os santos compartilharão da autoridade de Cristo no julgamento.

Em resumo, os “salvadores” mencionados em Obadias podem ser entendidos como os santos redimidos por Cristo, que compartilham de sua autoridade e poder no julgamento das nações. Essa ideia está alinhada com as visões proféticas de Daniel e com o ensinamento de Paulo sobre a autoridade dos santos no reino de Deus.

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